Muito se fala sobre Empresas Familiares. E afinal, o que são elas? Seriam as que são geridas por pessoas que possuem laços familiares entre si? As que foram fundadas por um patriarca e que hoje possuem herdeiros, sucessores, parentes que entre si confundem relações de parentesco com relações empresariais? As que trazem consigo a sensação de que… tudo bem – herdei um irmão, um tio, um pai, um cunhado, mas por que tenho que aturá-lo como sócio ou como meu par na gestão da empresa?? Ou ainda será aquela que mistura o patrimônio da família com o patrimônio da empresa? Afinal, seriam aquelas que não fazem a distinção entre Negócios DE família com os Negócios DA família?
PATRIMÔNIO, EMPRESA E FAMÍLIA
Na realidade as Empresas Familiares são tudo isso e muito mais. Tecnicamente são núcleos de pessoas que se comunicam entre si pro meio de relações de parentesco (familiares propriamente ditos), patrimoniais, e possuem e/ou comandam uma empresa da qual são proprietários. Portanto, sobre este núcleo, gravitam três ativos: o Patrimônio, a Empresa e a Família. Ocorre que a experiência e a história das pessoas que são oriundas deste núcleo tem demonstrado o quanto são confusas e difusas estas relações. Não é incomum conhecermos alguém que vivenciou – ou mesmo nós termos vivenciado – situações em que no almoço de domingo irmãos se questionam entre si sobre suas competências e aptidões para gerir o patrimônio, a empresa e os negócios familiares, gerando enormes rachaduras nas relações de parentesco. Aliás, recentes estudos constatam que 67% das falências e recuperações judiciais no Brasil têm como causa “brigas familiares, de sucessão e de falta de planejamento dos três ativos. Este número é alarmante para um país como o Brasil, em que 85% das Empresas são Familiares. Destas, somente 25% passam da terceira e quarta gerações, não chegando nem a 6% as que chegam à quinta geração.
TRANSFORMANDO EMPRESAS FAMILIARES EM FAMÍLIAS EMPRESÁRIAS
O cenário é preocupante. Os custos materiais e emocionais são irreversíveis, tanto nos níveis macroeconômicos quanto nos aspectos pessoais e familiares, com enorme impacto na paz social. Por estas razões, este cenário tem sido objeto de estudos, análises e reflexões de um sem número de Institutos, Universidades, Acadêmicos, Psicólogos, Economistas, Advogados e Empresários. Entre eles, destacam-se o IMD da Suiça, o Family Enterprise Center de Pittsburgh e o IBGC do Brasil, entre outros. Estas instituições têm trabalham para sensibilizar, esclarecer e indicar soluções para que as Empresas Familiares se tornem Famílias Empresárias, estabelecendo modelos de Governança para cada um dos três ativos – Família, Patrimônio e Empresa – de acordo com as lógicas de cada um deles.