São inúmeras as soluções técnicas para a perpetuidade da Família Empresária – Holdings, Planejamento Empresarial, Acordo de Acionistas, Family Offices, Conselho de Família, Código de Ética, Mecanismos de Governança etc.
No entanto, tais medidas devem ser entendidas como a ponta do iceberg de um processo mais profundo. De certa forma, elas passam a ser as concretizações das reais intenções da Família Empresária no sentido de representarem valores maiores do que tão somente os patrimoniais, empresariais ou materiais.
Devem, sim, honrar o legado do fundador, os valores morais e éticos da família, a união, a fraternidade e o respeito entre os integrantes.
Devem contemplar a inserção das novas gerações de forma edificante, contemplando o seu desenvolvimento pessoal e profissional, mesmo que nem sempre dentro da empresa.
Por que não se estabelecer um conselho das novas gerações dando-lhes espaço em fóruns opinativos?
Por que não prepará-los na sua formação com programas de coaching, por exemplo?
Por que não se prever planos de aposentadoria para que se respeite a dignidade do fundador?
Os mecanismos técnicos devem também trazer consigo regras em relação às atitudes profissionais dos parentes que exercem cargos nas empresas familiares, no sentido de se evitar o nocivo e corrosivo nepotismo.
Além disso, os Princípios e Boas Práticas de Governança, Conselhos de Gestão, de Administração e tantas outras ferramentas só terão verdadeiro efeito quando traduzirem a essência das intenções dos membros da família. Estas são extraídas de profundas reflexões e debates cujas resoluções são proclamadas num Plano da Família e consagrada no documento denominado Protocolo Familiar – de natureza moral – que é a alma do acordo do qual todas as soluções técnicas são meras roupagens.